Teatro de Rua no Open Space

Olá!
A pedido da Andreia Almeida segue o resumo da roda de discussão sobre teatro de rua, realizada durante o Espaço Aberto, no encontro preparatório do projeto Ademar Guerra.
Att,
Flávia D'ávila.


Grupo 5
Proponente: José Ricardo da Silva – Grupo ATHOS
Relator: Andreia de Almeida

Como estabelecer o processo, a formação e o resultado na modalidade Teatro de Rua.

O proponente relatou que propôs este tema porque quer começar a trabalhar com teatro de rua e estabelecer este hábito em sua cidade.
Fábio do Àgora Teatral (Tupã), Flávia do GTI (São José dos Campos), Rodrigo (Bertioga) entre outros estavam presentes com a mesma indagação e queriam dicas de como se preparar para esta nova empreitada.

Indagações sobre a estética:
O que pode e o que não pode?
Tem que ter perna de pau?
Tem que ter música? Ou barulho?
Tem que ser comédia?
Tem que ser grande?
Tem que ter interação com o público?

Opiniões:
_Tudo pode, desde que seja uma escolha que tenha coerência com o que se deseja com a obra e o espaço onde ela acontece.
_ Seja qual for a escolha, é necessário determinação, pois na rua estamos desprovidos de confortos presentes em salas e expostos ao calor, ou frio, ao sol ou chuva, ao barulho, à animais ou homens que podem intervir no desenvolvimento da ação, entre vários outros. Portanto, é necessária intensa preparação.
_ Na sala o público está pré disposto a assistir, na rua algo tem que chamar a atenção de quem passa.
_ Seja qual for a escolha estética deve se ter grande respeito pelo espaço e pelas demais pessoas que o ocupam.
_ Tem que estar aberto para o jogo, contudo não é necessário que seja interativo.
_ O despojamento é fundamental para quem faz este tipo de teatro.

Indagações sobre as diferenças entre:
Teatro de Rua
Teatro na Rua
Teatro para a Rua
Intervenções de Rua
Intervenções na Rua
Artistas de Rua
Qual a importância de distinguir estas modalidades?

Opiniões:
A discussão facilita o entendimento dos porquês das escolhas estéticas.
Indagações sobre Materiais Teóricos:
Muitos expressaram desejo de lerem teorias sobre teatro de Rua.

Dicas:
Orientador Cris Goveia : _ Não tem material teórico, existem relatos de experiências.

- Tese do Prof. Dr. Rubens Brito (Unicamp – Pós Doc?) “A experiência do Teatro Mambembe com o espetáculo Dom Quixote”
- Livro do grupo “Tablado de Arruar”
- Revista do MRT
- Rede Brasileira de Teatro de Rua
- Curso Livre de Teatro de Rua na UNESP que será coordenado por Alexandre Matte
- Núcleo de Teatro de Rua da ELT
- Teatro Tascabile de Bergamo (grupo italiano referência nos anos 80 e 90 em Teatro de Rua).

Indagação:
Por que é tão difícil ter autorização ou reconhecimento dos que administram a cidade? Como conseguir a autorização para se apresentar na rua?
O que gerou muita reclamação sobre as dificuldades de se ter espaço para ensaios e apresentações entre outras.

Opiniões de orientadores:
A conquista se dá pelo trabalho.
Até mesmo grandes mestres do teatro mundial encontraram dificuldades neste campo.
Cada cidade tem suas leis de autorização de uso de espaço conforme reza o artigo 5 da constituição.
O estabelecimento de parcerias artísticas com padres, líderes comunitários, feiras e até traficantes em alguns casos facilitaram a ação artística em determinados locais.

Indagação:
Por que Teatro de Rua?
Como e porque ocupar os espaços públicos abertos?

Alguns Respostas:
Flávia do GTI (São José dos Campos) _Pela função social da arte. Por estar onde o povo está.
Outros: _ Porque a rua é acessível a todos.
_ Por querer transformar o espaço ou a cidade.
_ Porque na rua se mostra a cara desconhecida do grupo e assim pode se conseguir outros espaços.
_ Porque fazendo teatro de rua consegue-se sair do centro da cidade e descentralizar as ações artísticas.

Orientadora Andreia de Almeida _ Porque quando o teatro passa, provoca o encontro, e naquele dia, ou, naquele momento a cidade ganha ou reestabelece seu encantamento. Talvez seja este o meu maior porque do teatro de rua.

Orientadora Eliana Bologna relatou a experiência ocorrida com seu grupo “As Graças”: “... um dia um homem, ao final de nosso espetáculo afirmou que estava indo para casa para acertar a cara de sua esposa, mas depois de ter visto nosso espetáculo ficou sem coragem...”. Com este relato concluímos que neste caso pelo menos por alguns momentos o teatro fez o ritmo da cidade mudar e pelo menos um homem foi tocado.

Certezas:
Saímos deste grupo de debate com vontade de trocar muito mais experiências.
O tempo foi curto para tanto gosto na conversa e não concluímos quase nada, também não ouve encaminhamentos.